Quem é você? Você não... eu... quem sou eu?
Essa pergunta me persegue. Normalmente respondo: sou filha do ....; a irmã da....; sou a.... que trabalha na ...; dependendo de quem pergunta.
Acho, acho não, tenho certeza de que quando alguém pergunta 'quem é você?' nunca está se referindo a mim mesma, como pessoa, como um ser humano que caiu sem paraquedas neste mundo loko. Porque é um mundo louco, sim... não me venham dizer que sou eu a louca. Porque sou diferente, ajo diferente. Diferente do quê? De quem?
Porque resolvi 'fugir' de casa, porque hoje coloquei uma mochila nas costa e às 8 horas da manhã, com o sol já bem acima da linha do horizonte, estou sentada na beira do mar... na Baía Norte, em frente a um local bem conhecido, bem frequentado, chamado Koxixos, estou sentada, olhando o mar, só olhando o mar.
Você já tentou isso? Você já abandonou tudo como eu (por um pouquinho de tempo, só relembrando) e decidiu vagar pelo mundo... e começou o seu vagar com uma manhã inteira só olhando o mar? Já fez isso? Não? Não sabe o que está perdendo.
Ao meio-dia, eu ainda estava no mesmo lugar.... tudo flutuava, até as lindas nuvens branquinhas que apareceram pra me fazer companhia.
E eu lembrei de Alice no País das Maravilhas e da lagarta sussurando no ouvido dela: “Quem é você?”
'Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: “Eu — eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento — pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.”'
Eu, como Alice, tenho mudado muitas vezes desde o momento em que hoje fechei silenciosamente uma porta atrás de mim...
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